segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Inovação aberta em áreas de apoio ao negócio

Empresas que desejam inovar em suas áreas de apoio ao negócio, como Recursos Humanos, Compras, Financeiro, Contabilidade, Patrimônio, Contratos, Viagens, Legal & Jurídico, etc., encontram nas “startups” as melhores propostas de inovação nestas suas áreas. É tão visível o potencial destas “techs” que até já as tratamos em grupo, como as HRtechs (recursos humanos), Legaltechs (legal & jurídico), Adtechs (publicidade & propaganda), Martechs (marketing digital), etc.

Algumas empresas que precisam de aplicações ou mesmo de plataformas para inovar em seus processos, às vezes até se arriscam a desenvolvê-las internamente, mesmo não sendo processos diretamente  relacionadas aos seus negócios. Tais empresas deveriam refletir mais antes de decidir sobre isto, pois poderão não obter um resultado que compita em custo e em funcionalidades, com os das melhores “startups” do mercado, com a desvantagem de que, além de desenvolvê-las, elas terão que manter e evoluí-las, acompanhando as suas necessidades e as tendências de mercado, com a desvantagem de amortizar todos estes custos em um único cliente – elas mesmas. Colocando tudo isto na balança, o desenvolvimento interno de algo que não está diretamente relacionado ao seu negócio fim, é, no mínimo, uma aventura arriscada.

Uma alternativa ao desenvolvimento interno de plataformas e aplicações, se ele for imprescindível para atendimento às suas necessidades, é, em síntese, fazer parcerias com “startups” para cocriação e codesenvolvimento destas plataformas e aplicações, que poderiam ser aproveitadas por elas na oferta destas plataformas e aplicações ou de produtos derivados destas, para o mercado e, ainda como contrapartidas, assumirem as manutenções corretivas e evolutivas delas, para a empresa.

É claro que nem todas as demandas de plataformas e aplicações irão facilmente se encaixar nestas estratégias. Algumas poderão vestir como uma luva para a “startup” e outras poderão ser "bolas quadradas". Entre o céu e o inferno, a empresa pode equilibrar as contrapartidas, desde financiar 100% (desenvolvendo internamente ou subcontratando empresas de outsourcing de TI), até 0% (onde a “startup” vislumbra um ótimo produto para levar para o mercado e topa a co-criação, o co-desenvolvimento e talvez até a manutenção. No meio de tudo isto, a empresa ainda pode se entender com a “startup” e investir nela, adquirindo parte de suas cotas.  A chave do sucesso é conhecer as “startups” no setor alvo. Quanto mais “startups” a empresa conhecer e elas também conhecerem a empresa, mais probabilidade de sucesso da parceria.

sábado, 12 de dezembro de 2020

Inovação aberta em empresas baseada em startups

Caros

Para realçar a estratégia de inovação aberta que empresas estão praticando, utilizando-se de Startups, escrevi este artigo juntamente com @Daniele Malafronte.  Confesso que está um pouco longo. Reações e feedbacks são bem vindos. Partimos do conceito clássico de Inovação Aberta de Chesbrough e correlacionamos com a Cultura Inovadora nas Empresas e  Startups. 

A Inovação Aberta baseada em “Startups” e a Cultura Inovadora

https://www.linkedin.com/pulse/inova%C3%A7%C3%A3o-aberta-baseada-em-startups-e-cultura-eduardo-grizendi/  


sábado, 8 de dezembro de 2018

Ações” para encontrar a Inovação (continuo com saudades de falar de inovação)


E este slide de um mini-curso no evento da ABRINT, em São Paulo, dia 02/06/2016

Ações” para encontrar a Inovação

...estimular a “elucubração”, o “esquisitísmo”,   o pensamento “desmiolado”, “anárquico”, “non-sense”,  “faz-me-rir”, “tá-loco, meu?”,
 ....inverter a ordem das coisas,
....colocar de cabeça para baixo (o paulista diz “de ponta cabeça”),
....começar do fim para o começo,
....perguntar para si mesmo, como se você fosse um 3º,  
....sair de fora do problema e deixar o pensamento ir para o que seria sem ele (problema) existir,
...misturá-lo com arte, culinária e cerveja.
...ouvir rock,
...assistir “Os Simpsons”.
....perguntar para a arrumadeira,
...perguntar para o irmão, que é dentista.
Enfim, sair de dentro de nossas próprias áreas e das nossas tecnicidades.

“Pelourinho” da Inovação (fiquei com saudades de falar de inovação)

Fiquei com saudades de falar de inovação então..vai um slide que apresentei em um curso que dei para o CIMATEC, na Bahia, em Salvador, de 14 a 16/10/2009


Política de Inovação
-- Prática do modelo de "Open Innovation" & Alinhamento com a Lei de Inovação
-- Instituição de uma Política de Inovação 
---- Estruturação do NIT como gestor desta política
--------Instituição de uma Política de Propriedade Intelectual
-------- Aproveitamento de tecnologias externas em ICTs públicas e privadas
-------- Mapeamento das tecnologias disponíveis em Universidades e Centros de Pesquisa (ofertas)
-------- Mapeamento das demandas tecnológicas dos setores
---------- Estudos Setoriais (ABDI, BNDES, etc.)
-------- Casamento de ofertas com as demandas.
------ Atração de recursos de fomento
-------- Acompanhamento de Editais de Fomento (FINEP, CNPq, CAPES, FAPs, etc,)
------ Difusão das linhas de financiamento à inovação
-------- Divulgação das linhas de FINEP - Juro Zero, FINEP - Pró-inovação, BNDES,
------ Estímulo à geração de "spin-offs"
-------- Estruturação de ambientes de pré-incubação e incubadoras
-------- Patrocínio de ambientes de pré-incubação e incubadoras
-------- Estímulo ao empreendedorismo em Universidades
--------- Indução de temas para pré e incubação de negócios
----------- Concurso de Plano de Negócios
----- Estímulo à prática de "spin-in"
------- Estruturação de fundo de capital semente para investimento em "spin-offs"

domingo, 30 de abril de 2017

As permutas de infraestrutura óptica no Brasil

A infraestrutura de telecomunicações no Brasil vem passando por uma transformação grande nos últimos anos. No início desta década, muitas empresas, principalmente provedores regionais de internet e operadoras, como Vivo e TIM, investiram na implantação de rotas ópticas.

No entanto, cada vez mais estas operadoras e provedores tem feito estes investimentos de forma conjunta, ora dividindo-se o custo da construção entre as partes, ora dividindo-se a rota em diversos trechos, cada um sendo responsável pela implantação de um determinado trecho e, após a finalização, permutam entre si, a infraestrutura óptica que cada um construiu de seus trechos.

Pode-se dizer que o mercado de infraestrutura de telecomunicações no país se abriu, enfim, para a permuta e, portanto, para o compartilhamento de infraestruturas ópticas, envolvendo até Oi, Telefônica e Embratel, mais recentemente. Em outras palavras, atualmente, praticamente não existe infraestrutura óptica no país que não esteja sendo compartilhada por mais de um provedor ou operadora. Como as operadoras estão fortemente endividadas, elas recorrem principalmente à permuta de infraestrutura, para expandirem suas rotas ópticas, e não à contratação de infraestrutura, evitando assim novos investimentos.

Cada vez mais estas operadoras e provedores têm feito estes investimentos, quando eles ocorrem, de forma conjunta, ora dividindo-se o custo da construção entre as partes, ora dividindo-se a rota em diversos trechos, cada um sendo responsável pela implantação de um determinado trecho e, após a finalização, permutam entre si, infraestrutura óptica de cada um de seus trechos.

A verdade é que a principal alternativa à contratação de infraestrutura - locação ou aquisição de IRU, para expandirem suas rotas ópticas, tem sido a permuta entre detentores de infraestrutura óptica. A Vivo e TIM investiram na implantação de cabos OPGW rota Belém – Macapá – Manaus, na Linha de Transmissão de Energia Elétrica de Tucuruí (PA) – Jurupari (AP) – Macapá (AP) e Jurupari (AP) – Manaus (AM), do Grupo Isolux, vencedora do leilão ANEEL para sua construção.  A partir de sua entrada em operação, muitas permutas ocorreram na região Norte, com a Embratel, detentora da rota por rodovia Manaus – Porto Velho (RD) e com a Oi, detentora da rota também por rodovia Manaus – Boa Vista (RR).

Provedores de Internet locais e regionais construíram rotas na região Norte (Pará, Tocantins e Acre, principalmente), Centro Oeste (Mato Grosso, principalmente) e Nordeste (praticamente em todos os estados) e Sul (Rio Grande do Sul e Santa Catarina, principalmente). Estes provedores também permutaram estas infraestruturas por eles construídas, entre si e com Vivo e TIM, principalmente, ocasionando uma expansão da malha óptica de cada uma para além de suas regiões iniciais de operação. Entre eles, pode se destacar o provedor BRFibra/BRDigital, com presença praticamente nacional, o provedor Junto Telecom com forte presença na região Norte e Centro Oeste, os provedores Aloo Telecom, Brisanet e Mobi Telecom, na região Nordeste, e o provedor Optitel, recentemente adquirida pela Algar Telecom, com forte presença na região Sul.

É comum a construção de infraestruturas ópticas sobre rodovias, permutando-se o direito de passagem por fibras implantadas. As concessionárias de rodovias precisam construir infraestrutura óptica para atendimento aos requisitos da ANTT/MT e, normalmente, o fazem, sem ou com pouco investimento, recorrendo-se à permuta do seu direito de passagem por pares de fibra e dutos, construídos por uma operadora ou provedor, ou mesmo, por um consórcio deles. 

domingo, 7 de agosto de 2016

Indo além da inovação na empresa

A inovação é, seguramente, o principal fator de competitividade da empresa no mercado, a médio e longo prazo. Os outros fatores de competitividade são comumente efêmeros. Mesmo que uma empresa atue no mercado se beneficiando de outros fatores, como, por exemplo, de incentivos fiscais ou de baixos custos de mão-de-obra, a médio e longo prazo, eles acabam sendo efêmeros e transitórios. Eles acabam se reduzindo ou se extinguindo por reação até da própria sociedade, que contesta ou até mesmo, combate estes benefícios. Se estes são “politicamente incorretos”, a inovação é o fator de competitividade “político, social e economicamente correto”.

E qualquer inovação na empesa, em maior ou menor grau, é importante para sua competitividade no mercado. Ela deve se nutrir tanto das inovações de menores impactos, quanto das maiores, tanto das inovações incrementais, quanto das disruptivas, tanto das inovações somente para ela, mas já existente no mercado, até as inovações no mercado nacional e mundial.

Segundo o Manual de Oslo, 3ª Edição, as inovações podem ser diferenciadas de acordo com o seu grau de novidade:
·         Inovação para a empresa, mas já existente no mercado/setor;
·         Inovação para a empresa e para o mercado/setor;
·         Inovação para o mundo;

Ainda que somente na empresa, ela é importante para sua competitividade, mesmo não sendo uma inovação para o mercado ou para o mundo. Uma inovação tecnológica de produto ou processo, um novo método de produção, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas, pode já ter sido implementado por outras empresas, mas se é novo para a empresa, então trata-se de uma inovação para essa empresa;

Ser uma inovação para o mercado e nova para o mundo, tem a haver com o fato de ela ter sido ou não implementada por outras empresas, ou de a empresa ter sido a primeira no mercado ou no mundo a implementá-la;

Por trás desta tipologia de grau de novidade, inferem-se diversos caminhos da inovação, correlacionando empresa e mercado. Por exemplo, se já existe a inovação fora do país e a empresa traz esta inovação para dentro dele, respeitando a propriedade intelectual do detentor da inovação no país, ainda assim a empresa estará inovando, apesar de só nacionalmente, mesmo que em grau intermediário. Se já existe a inovação fora da empresa, mesmo que no mercado local, e a empresa traz esta inovação para dentro dela, novamente respeitando a proteção à propriedade intelectual do detentor da inovação no mercado local, ainda assim a empresa estará inovando, apesar de só dentro dela e em grau mínimo.

Se não existe proteção à propriedade intelectual para aquela inovação, é legítimo a empresa copiar para inovar. Um corolário disto é que o processo de “copiar para inovar”, mais uma vez, respeitando a propriedade intelectual, é um dos caminhos para a inovação, talvez não o mais nobre, mas nem por isto menos importante para uma empresa, ou país. Se a inovação é protegida pela propriedade intelectual, a empresa pode tentar negociar o direito de exploração dela. Normalmente quem tem a propriedade intelectual, principalmente se pratica o modelo de inovação aberta, preocupa-se com a maximização de seus resultados de P&D. Ela certamente avaliará a conveniência de licenciar sua propriedade intelectual para um determinado mercado, por exemplo, para exploração por outra empresa que opera em outro pais, principalmente se ela não tiver condições de operar neste mercado.

A negociação de uma propriedade intelectual traz uma relação ganha-ganha, que pode evoluir de uma relação de negócio para uma joint-venture um mesmo um “merger & acquisition”;

O empreendedor, por traz da empresa, deve ficar com “um olho no peixe e outro no gato”. Ele precisa inovar no mercado, mas também, ficar atento às inovações que ocorrem em seu mercado. E em novos mercados. E se alguma competidora de sua empresa inovar neste seu mercado, ele terá que se desdobrar para manter a competitividade de sua empresa, se necessário, negociar a propriedade intelectual, até copiar se ela a tecnologia não for protegida, portanto respeitando a propriedade intelectual, ou, melhor ainda, inovar sobre a inovação de seu competidor, naquele mercado.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Caros

Este ano, como vocês podem ver, foi um ano sabático para mim em meu blog. Não compareci. Agora tento me redimir, colando uma poesia de Manoel de Barros, que fala sobre a didática da invenção.

Uma didática da invenção

I

Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:
a) Que o esplendor da manhã não se abre com faca
b) O modo como as violetas preparam o dia para morrer
c) Por que é que as borboletas de tarjas vermelhas têm devoção por túmulos
d) Se o homem que toca de tarde sua existência num fagote, tem salvação
e) Que um rio que flui entre 2 jacintos carrega mais ternura que um rio que flui entre 2 lagartos
f) Como pegar na voz de um peixe
g) Qual o lado da noite que umedece primeiro.
etc.
etc.
etc.
Desaprender 8 horas por dia ensina os princípios.

II

Desinventar objetos. O pente, por exemplo.
Dar ao pente funções de não pentear. Até que
ele fique à disposição de ser uma begônia. Ou
uma gravanha.
Usar algumas palavras que ainda não tenham
idioma.

III

Repetir repetir — até ficar diferente.
Repetir é um dom do estilo.

IV

No Tratado das Grandezas do Ínfimo estava
escrito:

Poesia é quando a tarde está competente para dálias.
É quando
Ao lado de um pardal o dia dorme antes.
Quando o homem faz sua primeira lagartixa.
É quando um trevo assume a noite
E um sapo engole as auroras.

V

Formigas carregadeiras entram em casa de bunda.

VI

As coisas que não têm nome são mais pronunciadas
por crianças.

VII

No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá
onde a criança diz: Eu escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz
de fazer nascimentos —
O verbo tem que pegar delírio.

VIII

Um girassol se apropriou de Deus: foi em
Van Gogh.

IX

Para entrar em estado de árvore é preciso
partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer
em nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até
o mato sair na voz .
Hoje eu desenho o cheiro das árvores.

X

Não tem altura o silêncio das pedras.

Façamos com o Poeta, desinventemos objetos ou inventemos os desobjetos.Tudo a haver com a inovação.

Grande abraço

Inovação aberta em áreas de apoio ao negócio

Empresas que desejam inovar em suas áreas de apoio ao negócio, como Recursos Humanos, Compras, Financeiro, Contabilidade, Patrimônio, Contra...