terça-feira, 17 de setembro de 2013

Ressaca da Inovação

Vendo tanta gente falando de inovação, entrei em ressaca só de ouvir. Agora tenho pensado mais no desenvolvimento tecnológico

Ocorre que falamos de inovação, nos entusiasmos com ela e ... o Brasíl continua com números pífios relacionados à capacidade de inovar (propriedade intelectual, competitividade tecnológica, capital de risco, etc.)

Onde está a essência do problema? Por que não deslanchamos com isto? Por que temos surtos e não processos sólidos de geração da inovação?

Estou convencido que a essência é : não temos e não investimos no desenvolvimento tecnológico, que, em essência, é o percursor e agente catalizador da inovação. Em outras palavras, temos ojeriza e não preconizamos (e não damos a devida importância) à inovação na empresa, mesmo ela já existindo no mercado.

Como se deu o processo de desenvolvimento tecnológico (e econômico) do Japão, pós guerra? Copiando dos norte-americanos e europeus. E com a Coreia, nas décadas de 70 e 80? Copiando dos japoneses, norte-americanos e europeus. E agora recentemente com a China? Copiando dos norte-americanos, europeus, japoneses, coreanos e de si próprios.

E depois da cópia, o que fizeram? Aprenderam, dominaram as tecnologias e o desenvolvimento de produtos e começaram a inovar incrementalmente. Inicialmente, com produtos e processos que eram cópias de produtos e processos existentes. Inicialmente, sem qualidade, porque também não tinham uma boa estrutura de Serviços Tecnológicos (certificações, homologações, sistema de qualidade, etc.). Mas isto passou rapidamente. Investiram nisto. Os japoneses inclusive começaram por aí - sistema de qualidade.

E agora? Agora todos tem um forte desenvolvimento tecnológico e inovam. Inovam incrementalmente e radicalmente. Agora não mais somente na empresa, mas no mercado. E não no mercado local ou regional. No mercado mundial. E contaram todos com o quê? Com um forte Sistema Nacional de C&T&I. Investiram em educação - educação em C&T. Em escolas básicas fortes, com oportunidade do aluno ver, aprender e praticar a ciência. E copiaram, e apreenderam com o que copiaram. E melhoraram o que copiaram. E inovaram o que melhoraram. E inovaram o que inovaram. E continuam inovando e melhorando sua educação e seu Sistema Nacional de C&T&I.

Como falei,, entrei em ressaca só de ouvir. Agora penso e falo mais no desenvolvimento tecnológico. 

2 comentários:

Rodrigo Reis disse...

Passados, PRATICAMENTE, dez anos dessa publicação, com a qual, sempre concordei, vejo que ela AINDA está ATUALIZADÍSSIMA.

Eduardo Grizendi disse...

obrigado, Rodrigo, pelo comentário. Eu também acho que, passado estes quase 10 anos do post, não mudamos quase nada. Abração

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